Conhecida por ser uma doença do mundo moderno, a obesidade pode causar diversos problemas de saúde, que vão muito além do que apenas prejudicar a estética. Entre as comorbidades associadas está a hipertensão.
Em muitos casos, a pressão arterial elevada é silenciosa e assintomática, causando diversos riscos, sendo um dos mais perigosos a falência renal. Por esse motivo, é fundamental buscar tratamento para a obesidade, de modo a evitar este e outros prejuízos.
Para esclarecer o assunto, de forma a conscientizar quem possa estar acima do peso, é que desenvolvi este conteúdo. Confira e entenda melhor esta relação.
No que consiste a hipertensão?
A hipertensão arterial, também chamada de pressão alta, é uma doença crônica que se caracteriza por apresentar níveis altos da pressão sanguínea nas artérias.
Isso ocorre quando os valores das pressões máxima (sistólica) e mínima (diastólica) são iguais ou ultrapassam os 140/90 mmHg (14 X 9).
Como citei, ela pode trazer diversos riscos à saúde, incluindo infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência cardíaca.
Por que a obesidade faz aumentar a pressão arterial?
O sobrepeso e a obesidade são conhecidos fatores de risco para a elevação da pressão arterial. Isso porque o excesso de gordura corporal causa inflamações crônicas e silenciosas, provocando diversas alterações nos genes do sistema responsável por controlar o volume de líquidos extracelulares e da pressão arterial.
O que acontece é que isso causa o estreitamento dos vasos sanguíneos (vasoconstrição), aumentando, portanto, a resistência vascular periférica, o que faz com que a pressão arterial se torne crônica.
A hipertensão compromete vários órgãos, principalmente o cérebro, rins, coração e grandes vasos arteriais, fazendo surgir doenças graves como insuficiência cardíaca e renal, infarto, derrame, entre outras.
Para se ter ideia do perigo da obesidade para o aumento da pressão, um estudo publicado pela National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases (NIDDK), apontou que a prevalência da hipertensão arterial sistêmica cresce de acordo com o aumento do Índice de Massa Corporal (IMC).
Enquanto a prevalência da condição em pessoas adultas cujo peso é tido como normal (IMC entre 18,5 e 24,9) chega a 17,5%, entre os indivíduos com sobrepeso (IMC entre 25 e 29,9), o percentual de hipertensos sobe para 23,9% e, entre obesos (IMC de 30 de 34,9%), alcança alarmantes 35,3%.
Como prevenir a obesidade e a hipertensão arterial?
Em pessoas obesas, uma das maneiras de se prevenir o aparecimento da hipertensão é mudando o estilo de vida. Pequenas reduções de peso, por exemplo, já conseguem normalizar os níveis da pressão arterial em pacientes que apresentam hipertensão leve. Veja algumas das medidas que podem ser tomadas para isso:
– ter uma alimentação saudável e equilibrada;
– reduzir o consumo de sal;
– evitar ao máximo ingerir bebidas alcoólicas;
– passar a se exercitar regularmente.
Os obesos que, por mais de dois anos, não conseguem emagrecer por meio das condutas convencionais, podem ser candidatos à cirurgia bariátrica.
Qual a relação entre a cirurgia bariátrica e a redução da pressão arterial?
A cirurgia bariátrica pode ser uma grande aliada no combate à hipertensão, pois promove uma redução considerável dos índices de pressão sanguínea após a perda de excesso de peso.
Prova disso é uma pesquisa realizada pelo Hospital do Coração, de São Paulo, com 100 pessoas com obesidade grau 1 e 2, a qual mostrou que 40% dos que fizeram o procedimento tiveram redução significativa na hipertensão, sem a necessidade de medicamentos.
Outro ponto relevante é que até mesmo aqueles que precisaram utilizar medicação obtiveram resultados mais satisfatórios do que os que não realizaram a bariátrica. Cerca de 73% dos pacientes que fizeram o procedimento reduziram em pelo menos 30% o uso de remédios.
Espero que este conteúdo tenha sido esclarecedor para você. Está com sobrepeso e acha que pode ser um candidato à cirurgia bariátrica? Agende uma consulta, terei muita satisfação em te atender!