Ingestão exagerada de alimentos, mesmo sem a sensação de fome ou necessidade física de nutrientes. Assim pode ser definida a compulsão alimentar, que, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), afeta cerca de 4,7% da população do Brasil, uma porcentagem quase duas vezes maior do que a média mundial, de 2,6%.
Trata-se de um transtorno em que a pessoa perde o controle sobre o que está comendo e em qual quantidade. Assim, passa a ingerir alimentos em excesso, num curto espaço de tempo.
Uma característica frequente é a preferência é por refeições ultracalóricas e pouco nutritivas, o que, consequentemente, promove o aumento de peso.
Por ser uma condição relativamente comum e que precisa de tratamento para evitar a obesidade e suas comorbidades, por exemplo, no conteúdo de hoje eu trago informações sobre sintomas e algumas dicas que podem ajudar a minimizar os episódios compulsivos. Confira e fique por dentro!
Quais são os principais sinais da compulsão alimentar?
Praticamente todo mundo já teve algum episódio onde comeu excessivamente. Isso é considerado normal e não patológico, ao contrário da compulsão, que se torna um hábito e foge do controle, levando a pessoa a se tornar dependente da comida.
Esse é o primeiro sinal aparente do transtorno. Outros sintomas para ficar atento são:
– se alimentar mais rápido que o normal;
– passar a comer quando não se está com fome;
– continuar comendo mesmo quando já há sensação de saciedade, mesmo após ter se alimentado em grandes quantidades;
– comer escondido ou sozinho. Muitos, inclusive, deixam de sair com a família ou participar de eventos sociais para poderem fazer isso;
– sentir culpa e vergonha, especialmente após a alimentação;
– desenvolver outras compulsões, como por compras ou jogos.
Qual a relação entre a compulsão alimentar e a obesidade?
Várias pesquisas apontam uma associação entre a obesidade e a compulsão alimentar. Estima-se que cerca de 40% das pessoas que realizam a cirurgia bariátrica possam sofrer com o transtorno.
Esse é mais um motivo para continuar o acompanhamento psicológico após o procedimento, já que a compulsão não tratada pode levar ao reganho de peso e suas consequências para a saúde.
Tanto para os obesos e bariátricos quanto para a população em geral, alguns riscos associados à condição são: cálculo renal, quando há excesso de ingestão de cálcio, redução da capacidade respiratória, problemas de sono, diabetes, hipertensão, colesterol alto, doenças cardiovasculares e desenvolvimento de outros transtornos alimentares, como a bulimia.
O que fazer para prevenir ou minimizar os episódios compulsivos?
A atitude mais importante é procurar o suporte do nutricionista e do psicólogo. Por vezes, pode ser necessária uma intervenção psiquiátrica.
Quando se trata dos pacientes bariátricos, a participação do cirurgião também é importante no processo. Além disso, algumas ações indicadas são:
– criar uma rotina de horários para se alimentar, que deve ser seguida à risca;
– comer a cada três horas, evitando ficar muito tempo sem comer. Desse modo, se evita chegar faminto às refeições;
– ficar atento à própria mastigação. Isso significa mastigar mais tempo e lentamente. Nesse caso, entre uma garfada e outra, é interessante descansar o talher no prato;
– dar preferência a alimentos saudáveis e que tragam maior sensação de saciedade, como é o caso das proteínas e fibras;
– buscar atividades relaxantes, como yoga e meditação, já que a ansiedade pode levar a episódios compulsivos.
Se você sofre de compulsão alimentar, seja um paciente bariátrico ou não, é fundamental buscar ajudar. Sua saúde física e mental agradece.
Espero que este conteúdo tenha sido esclarecedor para você. Confira agora o artigo que fala sobre o que são os carboidratos inteligentes e em quais alimentos encontrá-los!